domingo, 4 de dezembro de 2011

Prece - Ricardo Gondim


Meu Deus,
Cheguei onde cheguei com uma mochila nas costas.
Trago momentos bons; e em todos algum pranto.
Somo esses momentos e descubro que estou perto de me ver expulso de uma zona de conforto.
Julguei maus aqueles que despedaçaram o aquário onde eu me sentia acolhido.
Mas, graças a eles, aprendo a nadar do rio selvagem - obrigado a desviar de pedras.
Não posso despencar em cascatas.
Não azedei.
Não guardo rancor de gente cheia de ira, que me estapeou em nome de ideias.
Do fosso da solidão, passei a despir dos andrajos das pretensões grandiosas.
Em minha trsiteza, notei também o teu jeito delicado quando pinçastes as cicratizes abertas.
De tudo, sobrou um pedido: ensina-me a contar os dias que ainda não existem - e que nem sei se viverei.
Por enquanto, preciso de ajuda, quero tirar do alforge que carrego nas cosatas, coisas boas e ruins, o material da minha esperança.

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